Resenha: The Flaming Lips :: “Oczy Mlody”

Por Bruno Antonio, 15/01/2016

Foi lançado na última sexta-feira o novo álbum do The Flaming Lips, “Oczy Mlody”, décimo quarto lançado pela banda. A data de lançamento foi escolhida por ser o aniversário de Wayne Coyne, quando ele completa 56 anos.

Anteriormente, a banda já havia liberado os singles “We A Family”, com participação de Miley Cyrus, “Sunrise (Eyes of the Young)”, “How??” e “The Caslte”, mas agora o disco encontra-se disponível na íntegra.

Ficha:
Álbum: “Oczy Mlody”
Artista: The Flaming Lips
Gênero: Neo-psicodélico, rock experimental
Data de lançamento: 13/01/2017
Gravadora: Warner Bros.
Metacritic: 71/100 (21 críticos)
Classificação Top Songs:

Faixas de destaque: “How??”, “One Night While Hunting for Faeries and Witches and Wizards to Kill”, “Listening to the Frogs with Demon Eyes” e “The Castle”
Resenha:

Embora o título ingênuo do novo álbum, “Os olhos dos jovens”, escrito em polonês, o estado espírito da banda não segue esse pensamento.

À medida que passam das crises que inspiraram “The Terror” (2013), a banda une o som abrasivo que começou no “Embryonic”(2009) e a tentativa de qualquer coisa extravagante de sua colaboração com Miley Cyrus de maneiras que são surpreendentemente complexas. Wayne Coyne, Steven Drozd e companhia suavizam algumas das ásperas do “The Terror” em favor de um som mais eclético e melódico que abrange elementos de hip-hop, progressivo e orquestral, mesmo que seja apenas no curso de uma de uma única canção, "Nigdy Nie (Never No)”.

A faixa-título começa o álbum com um senso de sintetizador que transmite ver as coisas de uma perspectiva nova - ou renovada. Muitas dessas visões são quase tão sombrias quanto “The Terror”. Cada vez que Coyne canta o coro titular em "How??”, ele parece menos convencido de que ele vai encontrar uma resposta.

"Galaxy I Sink” traz cordas e harpas e sua contemplação do círculo da vida se torna um ciclo vicioso que destrói seu "sonho frágil de como o mundo está cheio de amor" em “Almost Home (Blisko Domu)". Nenhuma dessas canções, no entanto, são tão inquietantes quanto "There Should Be Unicorns", um amor apocalíptico cheio de imagens tão escandalosas que poderia ser paródico se a eletrônica zumbindo ao redor não fosse tão ameaçadora.

Em momentos como esses, “Oczy Mlody” se sente como uma coleção de contos de fadas para adultos, cheia de emoções psicodélicas intensificadas que a banda se implanta com certa habilidade. As melodias sedutoras de "Sunrise" e "The Castle" adoçam contos de perda. 

Algumas dessas músicas lembram o trabalho da banda com Cyrus no passado, então não é inteiramente surpreendente quando ela aparece em "We a Family", onde ela pode muito bem ser a voz dos jovens. Embora o final feliz da música pareça um pouco aderido em comparação com o resto da melancolia de “Oczy Mlody”, seu significado é claro: encontrar a esperança não é fácil, mas visto o caminho certo, pode ser uma aventura.

Ouça abaixo o disco:

E você, o que achou do álbum? Comente!