Resenha: Kendrick Lamar - “DAMN.” - Top Songs

Resenha: Kendrick Lamar - “DAMN.”

O artista confirma mais uma vez que é o nome mais importante do gênero da década

Por Bruno Antonio, 25/04/2017

Ficha:
Álbum: “DAMN.”
Artista: Kendrick Lamar
Gênero: Hip hop, Rap
Data de lançamento: 14/04/2017
Duração: 54 minutos
Gravadora: Top Dawg, Aftermath, Interscope
Produção: Anthony "Top Dawg" Tiffith, 9th Wonder, The Alchemist, Bēkon, BadBadNotGood, Cardo, DJ Dahi, Greg Kurstin, James Blake, Mike Will Made It, Ricci Riera, Sounwave, Steve Lacy, Terrace Martin, Tae Beast, Teddy Walton
País: Estados Unidos
Metacritic: 96/100 (30 críticos)
Classificação Top Songs:


​Faixas de destaque: “DNA.”, “HUMBLE.”, “LOYALTY.”, “PRIDE”, “ELEMENT”.”

E um dos momentos mais aguardados para aos amantes da música chegou, após muitos boatos o novo disco de Kendrick Lamar foi finalmente lançado. Trata-se de “DAMN.”, trabalho de 14 faixas do rapper americano que tem a difícil missão de corresponder a imensa expectativa após o lançamento de dois clássicos modernos, “Good Kid, M.A.A.D City” (2012), “To Pimp a Butterfly” (2015).

Após o excelente misto de jazz, soul e Hip-Hop que “To Pimp a Butterfly” trouxe, com ótimas músicas como “King Kunta”, “Alright”, “These Walls” e “The Blacker the Berry”, Kendrick lança o intenso e profundo “DAMN.”, que foi gravado em um intervalo de poucos meses, menos tempo do que seu álbum anterior. 

No novo registro, o rapper não foge totalmente da temática racial fortemente explorada no disco anterior. A bonita “Blood” dá início a narrativa sobre tema e isso fica claro na excelente faixa “D.N.A.” (“Essa é a minha herança / Tudo o que sou, herança“), Lamar dá aula verso após verso, passeando entre cenários, personagens diferentes e temáticas provocativas. 

A interessante “YAH.” é um olhar mais social e “ELEMENT” começa com as referências religiosas. O artista faz uma curiosa reflexão sobre sua pessoa, em “FEEL.”. “LOYALTY.” é mais direta e simples com uma sonoridade usando o efeito reverse de modo inteligente.

“HUMBLE.” e “PRIDE.” reforçam o tom religioso do álbum, citando pecados capitais para o cristianismo, com letras muito pessoais. “LUST.” traz pensamentos sobre excessos e o preço da fama. Ainda tem espaço para romantismo com a boa “LOVE.”, que aborda assuntos de seu relacionamento atual com sua parceira, Whitney Alford.

Podemos ouvir muito sobre simbolismos políticos e religiosos em “XXX” e os medos do artista em “FEAR.”, um questionamento a Deus sobre o sofrimento e após isso, versos importantes do disco sobre sua infância, ameaças que recebeu dos pais e até medo da morte. Uma das faixas mais tocantes do registro.

“GOD.” se pergunta qual é a sensação de ser Deus e também relembra um pouco de sua trajetória em Compton, California. A última faixa do álbum, “DUCKWORTH”, fecha o disco com um grande conto, com uma história contada de forma emocionante.

O instrumental do disco tende a ser de tom melancólico em certos momentos, com interessante utilização de samples que lembra o Hip-Hop dos anos 1990, passando pelo R&b. As participações contam com o grupo irlandês U2 (“XXX.”), a cantora Rihanna (“Loyalty”.) e o novato Zacari (”Love.”) e funcionam muito bem. A produção tem bons nomes como BADBADNOTGOOD, Thundercat, Kamasi Washington, Steven Lacy (The Internet), Mike Will Made It, James Blake, que contribuem muito para o sucesso do álbum.

Nessa incrível jornada pela sua intimidade, princípios e simbolismos, Kendrick Lamar entrega um trabalho de nível altíssimo e que melhora a cada reprodução. O artista confirma mais uma vez que é o nome mais importante do gênero da década e já coloca seu nome da história.

Ouça abaixo o disco:

E você, o que achou do álbum? Comente!

Deixe seu comentário, marque seu amigo(a) que também curte Kendrick Lamar e acompanhe o Top Songs nas Redes Sociais: Facebook, Twitter, Spotify e Instagram.

Comentários